BRINCADEIRAS TRADICIONAIS INFANTIS
BRINCADEIRAS TRADICIONAIS INFANTIS
Definição de Jogo: é uma atividade ou ocupação
voluntária, exercida dentro de certos e determinados limites de tempo e de
espaço, segundo regras livremente consentidas, mas absolutamente obrigatórias,
dotado de um fim em si mesmo, acompanhado de um sentimento de tensão e de
alegria e de uma consciência de ser diferente da “vida cotidiana”. (Huizinga,
l180, p. 33). Abrange jogos de força e de destreza, jogos de sorte, de
adivinhação, exibições de todo gênero.
Definição de brincadeiras tradicionais infantis: são atividades passadas de geração a geração, em geral
aprendidas pelas crianças mais novas com as de mais idade, durante ato de
brincar. Também denominados de jogos populares.
Brincadeiras de rua: amarelinha,
corrida, queimada, pique... fazem parte da lembrança de muitas pessoas, mas
participam cada vez menos do dia-a-dia das crianças.
Ultimamente as crianças têm menos
contato com outras, brincam menos com os pais (com os adultos e crianças de
maneira geral). Ficam na frente de computadores, vídeo-game, TVs...Porque isso
acontece?
Para essa pergunta pode-se encontrar
inúmeras respostas. Mudanças no dia-a-dia das pessoas sempre ocorreram, porém,
atualmente a mudança de costumes em relação à brincadeira está cada vez maior
de uma geração para outra.
Algumas coisas vêm contribuindo para
essa mudança na sociedade, essa transformação no cotidiano das pessoas, como:
• A violência, que a cada dia trás
mais medo aos moradores das grandes cidades e, de certa forma, impede que as
crianças brinquem na rua;
• A correria cada vez maior e mais
precoce para se preparar as crianças para o mercado de trabalho (cursos de
inglês, espanhol, informática...);
• A necessidade dos pais trabalharem
mais para possibilitarem aos filhos uma vida melhor (e por isso não têm tempo
de brincar com as crianças e quando têm, querem descansar);
• O valor maior dado ao “Ter” do que
ao “Ser”. Assim, mesmo que inconscientemente, os adultos de um modo geral
pensam estar fazendo um bem maior à criança trabalhando muito para que ela
possa “Ter” o brinquedo que quer e acaba não pensando que ela não tem com quem
brincar;
• A redução das famílias, que cada
vez têm menos filhos e assim a criança fica ainda mais privada da relação
cotidiana com outras crianças fora do ambiente escolar;
• Tudo isso aliado às novas
tecnologias que fazem os brinquedos mais diferentes e interessantes, mas que
não sugerem (ou mesmo não possibilitam) o contato com outras pessoas (é apenas
a criança e o jogo de computador ou vídeo-game, mais ninguém).
As noções tradicionais da infância
como um tempo de inocência e de dependência do adulto foram minadas pelo acesso
das crianças à cultura popular durante o século XX. Quando a infância começou a
mudar, nos anos 50, 80% das crianças viviam em lares onde os pais biológicos
eram casados um com o outro. Não é preciso dizer que as famílias mudaram
durantes os últimos cinqüenta anos. Antes do final dos anos 80, o número de
crianças que viviam com os dois pais biológicos caiu para meros 12%.
Também é importante lembrar que
brincar faz parte do desenvolvimento da criança e que as brincadeiras oferecem
diversão e entretenimento, além de ajudar no aprendizado. Além das
“brincadeiras de rua”, as brincadeiras nas escolas muitas vezes também ficam
prejudicadas por conta da preocupação cada vez mais cedo com o mercado de
trabalho, pois “não se pode ‘perder tempo’ com coisas que não trazem resultados
concretos”, foi o que ouvi uma vez em uma entrevista a uma professora de ensino
fundamental.
Os jogos e brinquedos estimulam a
inteligência e ao mesmo tempo exercitam a concentração e atenção. Através dessa
atividade agradável a criança enfrenta suas tensões diárias, relaxa, ficando
mais calma. A linguagem verbal torna-se fluente e ela aprende seus limites,
respeitando-os.
A brincadeira tradicional infantil
(aquela que é filiada ao folclore) esta se perdendo por entre os anos.
Normalmente ela incorpora a mentalidade popular e se expressa, sobretudo, pela
oralidade, o passar de geração em geração. Considerada
como parte da cultura popular, essa brincadeira guarda a vida de um povo em
certo período histórico.
Essa cultura não-oficial está
sempre em transformação, incorporando criações anônimas das gerações que vão se
sucedendo. Por ser um elemento folclórico, a brincadeira tradicional infantil
assume características de anonimato, tradicionalidade, transmissão oral,
conservação, mudança e universalidade.
Não se conhece a origem da
amarelinha ou do pião. Seus criadores são anônimos. Sabe-se, apenas, que provêm
de práticas abandonadas por adultos, de fragmentos de romances, poesias, mitos
e rituais religiosos.
A cultura popular, a brincadeira
tradicional tem a função de perpetuar a cultura infantil, desenvolver formas de
convivência social e permitir o prazer de brincar. Por pertencer à categoria de
experiências transmitidas espontaneamente conforme motivações internas da
criança, a brincadeira tradicional infantil garante a presença do lúdico, da
situação imaginária.
A tradição e
universalidade das brincadeiras assentam-se no fato de que povos distintos e
antigos, como os da Grécia e do Oriente, brincaram de
amarelinha, empinar papagaios, jogar
pedrinhas e até hoje as crianças o fazem quase da mesma forma em algumas
culturas.
Tais brincadeiras foram transmitidas
de geração para geração através de conhecimento empíricos e permanecem na
memória infantil. Esse tipo de brincadeira é que receio estar diminuindo em
grande velocidade e que essa mudança que a tecnologia vem impondo ao mundo
venha a destruir séculos de histórias, memórias e culturas de lugares sem pedir
licença. Não estou aqui condenando as TVs, vídeo-game e computadores, apenas
acho que os pais devem estar mais atentos aos debates sobre essas novas
linguagens.
Dosar o uso do computador, local, e
distância do aparelho, postura da criança e estabelecer regras e horários de
uso fará com que a criança tenha um equilíbrio entre essas e outras atividades.
“A criança tem uma vida própria: a sua vida. Essa vida,
ela tem o direito de vivê-la, e vivê-la FELIZ.” (Claparède). E para que ela
tenha uma vida completa, especialmente uma infância completa, tem que sair de
casa, brincar em espaços abertos, conhecer outras crianças, fazer novas
amizades.... Porque essas coisas, mais que prepará-la para o vestibular ou para
o mercado de trabalho, irão prepará-la para a vida.
BRINCADEIRAS TRADICIONAIS INFANTIS
Reviewed by byron amaral
on
17:37
Rating:
Nenhum comentário
Obrigado estamos lhe aguardando o leitor e nosso melhor companheiro e amigo fica com Deus