Brincadeira de Jovem
Brincadeira de Jovem
Brincadeira de Jovem
O machismo é um dos pilares do Patriarcado - sistema de dominação-exploração da mulher pelo homem/cis. Tal dominação-exploração é naturalizada socialmente para que, assim, esse sistema de opressão seja sustentado. A educação familiar sexista machista é um dos mecanismos de sustentação da opressão de gênero, pois ela consiste em, desde cedo, ensinar as crianças determinados estereótipos de gênero para fazer com que elas internalizem e aceitem padrões restritivos e opressores que determinam seus comportamentos.
Muitas pessoas adultas devem se lembrar de já terem ouvido pelo menos uma vez na vida frases do tipo "boneca não é coisa de menino", "é feio ver menina jogando bola", "menino não brinca de casinha", "menina não senta assim", "menino não chora", "é feio ver menina correndo", entre outros discursos que estimulam comportamentos diferenciados construídos (e não inerentes) para meninas e meninos, os quais contribuem, efetivamente, para a sustentação das relações sociais assimétricas entre os gêneros.
Tais comportamentos também são legitimados pela heterossexualidade compulsória, através da qual as crianças são condicionadas, mesmo que indiretamente, a desenvolverem sua sexualidade e, em específico, sua orientação sexual, de modo que esta deve estar voltada necessariamente a gostar do gênero oposto.
É assim que os pais, por exemplo, erroneamente, proíbem seus filhos, meninos, de brincarem de boneca, pois como isso foi convencionado para meninas, os meninos, na mentalidade sexista e homofóbica deles, irão, futuramente, se descobrirem homossexuais (os quais, de forma preconceituosa, são vistos, muitas vezes, como homens que querem ser mulheres). No caso das meninas, se gostarem muito de coisas convencionadas aos meninos, como jogar bola, preferir brincadeiras que exercitem o corpo, que requeiram força... o medo dos pais (lesbofobia internalizada) é que elas, mais tarde, venham a se assumirem lésbicas.
O que falta são essas pessoas entenderem que brinquedos, brincadeiras, cor de roupa... não determinam a orientação sexual. E que, ainda, existem diferentes orientações sexuais além da hétero, as quais devem ser respeitadas.
Outro comportamento social normativo que vem sendo discutido, principalmente em meios feministas interseccionais, queers e/ou trans aliados, atualmente, é o binarismo de gênero, o qual, além do machismo e da heterossexualidade compulsória, tem contribuído para manter tal divisão entre o comportamento das crianças. O binarismo, nesse contexto, funciona como um divisor de identidades de gênero absolutas, nas quais uma criança só pode se identificar com o espectro masculino ou feminino (o qual lhe foi atribuído ao nascer de acordo com sua genitália, logo uma atitude cis-normativa), em outras palavras, numa sociedade binarista, só existem duas possibilidades de gênero, divididas entre o ser-homem x ser-mulher ou, ainda, ser somente homem ou ser somente mulher.
A partir disso, são convencionados papéis de gênero restritivos e opressores, os quais, em geral, contribuem não só para a manutenção do machismo, mas também da transfobia (opressão, preconceito, violência e discriminação contra pessoas transgêneros/transexuais).
Por conseguinte, precisamos estar atentas/es*/os diante da educação que nossas crianças (filhas/es/os, sobrinhas/es/os, primas/es/os, amigas/es/os...) estão expostas, pois esta educação será uma das bases para a formação da personalidade e caráter dessas pessoas.
Brincadeira de Jovem
Reviewed by byron amaral
on
17:41
Rating:
Nenhum comentário
Obrigado estamos lhe aguardando o leitor e nosso melhor companheiro e amigo fica com Deus